sábado, 3 de abril de 2010

Um dia em Saigon, Vietnam


Queridos amigos, 

A minha última grande aventura foi na cozinha no Vietnam! Isso mesmo! Fiz um curso na Escola “The Saigon Culinary Art Centre” de cinco horas. Foi muito divertido! Mas  deixem-me contar primeiro um pouco de Saigon, do caminho até a escola .

Chegamos ao porto Nha Rhon dia 3 de abril, às 9 horas da manhã.  Assim que se desembarca, se é recebido por uma onda de calor! A umidade aqui é muito alta e como estão entrando no verão, o clima fica praticamente insuportável. No píer sempre tem um monte de tendinhas com produtos locais e piratas! Uma festa! Tem filmes em DVD a $1, roupas esportivas de marcas (fake) for $5, relógios originalmente fakes, bolsas, souvenires, etc. Minha amiga brasileira Adrianna Ferraz é freguesa assídua! Sempre pechinchando, mas a dona da tenda é osso duro de roer! Quando se trata de negociar, fazem de conta que não entendem inglês e só ficam repetindo o preço e olhando com aquela de cara de poucos amigos! Ah, só para vocês terem um idéia do câmbio: $1=13.000 đồng (VND). Se faz a festa com $10 no Vietnam!

O porto fica bem localizado, só uns 10 minutos de carro até o centro, o distrito 1, também chamado de Saigon.  Há uma preferência local de chamar a cidade de Saigon e eu particularmente também gosto mais deste nome, dado pelos franceses com a captura do sul do Vietnam em 1859, pois antes disso era chamada de Gia Đinh. O atual nome de Ho Chi Minh (nome do líder comunista do norte) foi imposto à cidade com a vitória da Guerra do Vietnam como uma forma de tatuar a mesma na memória da cidade.  Oficialmente a alteração do nome se deu em 1975 com a vitória das forças comunistas do norte sob o sul do Vietnam.  Uma sugestão para relembrar um pouco da historia mais recente deste país é assistir os filmes: Indochina e Good Morning Vietnam.

Saigon foi a capital da Cochinchina (1862–1954) e do sul do Vietnam durante a ocupação francesa (1954–75). Hoje a cidade tem em torno de sete milhões de habitantes e está se recuperando das mazelas da Guerra e sentindo o gosto da influência do ocidente que já esteve mais presente no sul do Vietnam. Esta diferença se sente ao se viajar ao longo da costa do Vietnam, quanto mais se viaja em direção ao norte, mais forte ainda é a presença do regime comunista. No sul, ele é mais aberto as inovações.

O centro da velha Saigon é a parte mais nobre da cidade, onde se encontram as construções colônias do período do domínio francês. Algumas são bem imponentes como a Catedral de Notre Dame, o prédio do correio que parece uma estação de trem, a casa de opera e o Hotel Rex, da cobertura do qual se tem uma linda vista da cidade e a noite pode-se apreciar uma bebida local no bar localizado na cobertura. O local tem mesmo uma vista privilegiada e uma atmosfera que remete aos anos 50.

Passando pelo centro, chama também a atenção o parque verde do período Frances, ele é o pulmão da cidade para filtrar um pouco a poluição proveniente das milhares de motos que circulam pela cidade. Na minha opinião, o trânsito é uma das grandes atrações de Saigon; parece não haver regras, é um caos, mas que de alguma forma se move sem grandes complicações. Nós, é claro, não conseguiríamos nos locomover neste caos, temos até medo de atravessar a rua, porém o grande segredo é não parar, simplesmente atravesse a rua que os motoqueiros vão desviar; se você parar, não saberão a sua próxima ação e poderão atropelá-lo.

No caminho até a escola, temos também uma pequena parada na frente do Palácio da Reunificação para tiramos umas fotos. Esse palácio ficou mundialmente conhecido quando um tanque dos comunistas do norte derrubou o murro e adentrou a área do palácio significando simbolicamente o fim da Guerra do Vietnam, com a vitória dos vietcons em abril de 1975.  

Seguindo viagem, em poucos minutos, chegamos à escola de cozinha vietnamita. A entrada é bem simples, a dona da escola veio nos receber e nos introduziu ao chefe de cozinha. Aprendemos a fazer uns pratos típicos locais como: rolinhos de primavera, picadinho de carne com arroz e verduras e sopa.  O chefe nos contou que esta sopa foi desenvolvida durante a guerra do Vietnam, pois os vietcons que viviam praticamente só em tuneis precisam fazer a comida nos mesmos sem fazer alarde com muita fumaça. A comida tinha que ser preparada em poucos minutos. A receita tinha que ser super simples, mas bem nutritiva. A base da sopa é um caldo de peixe com verduras e no final se acrescenta um ovo batido.

No final da aula, os pratos que aprendemos a fazer são colocados à mesa para saboreiá-los. Estava uma delicia! A comida local é simples, mas super saborosa e a base da mesma é o arroz. Por falar nele, o Vietnam é o segundo maior produtor de arroz mundial após a Tailandia.

Bom, eu vou ficando por aqui...está na hora de voltar pro navio. Espero que vocês tenham gostado e que venham conhecer o Vietnam.